Quem vem primeiro: a elaboração do desenho arquitetônico do empreendimento ou a pesquisa pelos terrenos? Antes de um produto nascer e tomar o formato que nós conhecemos depois de pronto, o setor, prudente, se municia de uma gama de profissionais para concretizar os projetos de acordo com os principais determinantes do mercado. Um deles é o terreno, que, junto com a demanda do público e a característica do bairro, auxiliam na concepção do projeto, um trabalho de intensa pesquisa.
“Dificilmente a gente tem um produto amarrado, definitivo, porque tem as peculiaridades dos terrenos que interferem no desenho dos empreendimentos”, revelou Mariana Wanderley, diretora-executiva da Pernambuco Construtora. Ela explica que as proporções do espaço têm uma forte relação com a atuação dos profissionais da arquitetura que vão pensar e desenhar o produto que será erguido naquele local. “O produto sempre se adapta ao terreno. Quando recebemos uma proposta de um corretor, temos uma equipe para estudar a viabilidade da área para o interesse da empresa”, analisou.
De acordo com Mariana, uma das principais dificuldades que impedem o desenvolvimento do estilo do empreendimento antes de encontrar o espaço para construí-lo é a escassez de terrenos na cidade. “O Recife não tem muitas ofertas de solo. Por isso, tem que se buscar uma adaptação à realidade do espaço, exige-se que o projeto seja pensado em cima daquelas informações”.
Para Breno Albuquerque, diretor de desenvolvimento imobiliário da LMA Empreendimentos, existe um roteiro para que se iniciem os novos produtos, que deve ser seguido com cautela. “O primeiro passo é encontrar o local onde será construído. Depois, é preciso fazer uma análise do mercado, compreender que tipo de empreendimento serve naquele bairro e se ele se encaixa no terreno”, explicou.
O superintendente da empresa sergipana Celi em Pernambuco, Roberto Câmara, destaca ainda que há duas formas de aquisição: a compra direta e a permuta. “A maneira como a empresa consegue negociar vai determinar a variação do preço e também a projeção do empreendimento”, disse, lembrando que as empresas sempre se preocupam se a demanda aceita o perfil do produtos.
Nos casos em que aparecem novos terrenos próximos depois que foi iniciada a construção, Câmara diz que o projeto pode ser expandido. “Nada impede de replanejarmos. Tudo vai depender do estudo de cada situação”.