Lutando contra os desperdícios e os impactos causados ao meio ambiente, o setor da construção civil iniciou nos últimos anos mudanças de hábitos nas obras e na operação dos imóveis. As casas verdes ganharam vez e atualmente vários empresas promovem a sustentabilidade nas obras, mostrando que é possível construir e morar de maneira ecologicamente correta. O uso de tintas que não contenham produtos que prejudiquem a saúde e de madeiras de reflorestamento que não danifiquem o meio ambiente, além do racionamento de materiais, são alguns conceitos utilizados na construção verde.
De acordo com o diretor da Inovatech Engenharia, Luiz Henrique Ferreira, todo o setor da construção civil consome 40% da água do planeta e é responsável por até 70% da eliminação de resíduos sólidos. “É um número considerável, que pode ser reduzido com um simples planejamento para não haver desperdícios”, pontua. A empresa foi uma das responsáveis pela criação da Casa Aqua, protótipo de um imóvel sustentável.
Em Pernambuco, alguns empreendimentos seguem a prática verde. A Odebrecht Realizações Imobiliárias utiliza nos residenciais da Reserva do Paiva um sistema de reuso de água das chuvas e vidros de alta performance, que absorvem o calor e favorecem a iluminação natural. Já o Sheraton Reserva do Paiva Hotel and Convention Center terá um sistema de tratamento para as chamadas águas cinza, provenientes de chuveiros e pias.
O centro administrativo do Latitude Suape, complexo empresarial, comercial e de serviços projetado pela Queiroz Galvão Desenvolvimento Imobiliário (QGDI), busca atender as exigências do selo Leed Gold. Entre elas, a eficiência energética e a redução, reutilização e reciclagem de materiais e recursos, no processo de construção.
Para o diretor de Meio Ambiente do Sindicato da Construção Civil de Pernambuco (Sinduscon/PE), Serapião Bispo, a ideia de sustentabilidade inicia com a prática do racionamento. “Existe o mito do encarecimento desse tipo de obra, mas se você racionar, vai economizar. Claro que alguns materiais podem ter valores mais altos, mas há o custo-benefício por conta da durabilidade em alguns itens da obra e, mais à frente, com o consumo. Mas, é necessário esclarecer que o importante são as melhorias ao meio ambiente”, afirma.
A arquiteta Danielle Paes Barreto pontua que, mesmo com a ideia da construção verde está disseminada, muitas pessoas ainda não têm a prática de exigir o uso de convenções sustentáveis. Ela afirma que cabe ao profissional do setor oferecer métodos e opções. “O que existe é a falta de informação acerca das possibilidades, pois algumas pessoas se preocupam e querem ter casas mais sustentáveis. Cabe ao profissional explicar como é possível”, ressalta.