Para a arquiteta Elenice Cavalcante, estas habitações exigem uma decoração especial, sem aquela seriedade da cidade grande. “Este tipo de casa (de praia) é feito para descanso e lazer, mas tem que ser confortável e aconchegante”, comenta a arquiteta. Ela também ressalta a importância de valorizar a iluminação e a ventilação. Segundo Elenice, deve-se aproveitar ao máximo a luz natural, a fim de economizar energia pelo maior tempo possível. Já a segunda é fundamental para evitar que os cômodos fiquem demasiadamente abafados e que os mobiliários fiquem com mau cheiro. “Um bom segredinho é criar um jardim em uma varanda ou perto do imóvel, para que a pequena vegetação tenha o poder de refrescar os espaços internos por meio do vento, proporcionando boas sensações”, aponta Elenice.
A aposentada Marina Wanderley, 71 anos, migrou de uma casa de campo para o seu segundo lar, na praia de Porto de Galinhas. “Escolhi uma decoração que me aproximasse mais da natureza. Escolhi móveis rústicos porque dão uma sensação de bem-estar”, comenta Marina, que tem uma casa pré-fabricada de madeira a poucos metros do mar. Ela abriu mão de ter uma piscina no quintal para cultivar uma paixão antiga. “Para que ter uma piscina se temos uma praia bem pertinho? Não quero buraco no espaço das minhas flores que tanto amo. O jardim é o meu cantinho favorito da casa”. A aposenta mora no bairro de Boa Viagem, mas toda sexta-feira vai a Porto de Galinhas regar as plantas e manter o imóvel organizado.
Segundo especialistas, na praia, também é aconselhável que os móveis sejam de madeira para evitar a corrosão causada pelo sal. As aberturas também devem ser de madeira ou alumínio para evitar o desgaste. “Quanto mais forem evitados móveis e utensílios de ferro ou metal, mais duráveis serão”, comenta o arquiteto Breno Monteiro. Há outras opções de mobília no mercado que oferece mais resistência. “Banheiros, cozinhas, quartos e salas podem estar, por exemplo, com armários, móveis, portas e rodapés de madeira reforçada com laca, que é um acabamento sintético, responsável por proporcionar brilho, beleza e maciez com a resistência de uma pintura automobilística”, aponta Lúcia Siqueira, diretora da Accord&Casttini. De acordo com Lúcia, outra alternativa é o acabamento metacrilato. “Ele atende aos padrões de beleza e praticidade, sendo inclusive muito mais resistente do que o vidro devido à composição da chapa de madeira em acrílico. E ainda tem a vantagem de manutenção, com polimento, versões com filtros contra radiação UV e durabilidade", completa.
Nas paredes internas, Breno Monteiro recomenda usar pinturas que permitam que elas “respirem”. Antes, o ideal seria usar tintas naturais, mas ele diz que a tecnologia produziu modelos acrílicos que servem bem para essa função. A arquiteta Elenice Cavalcante, por sua vez, aponta que massas misturadas com tintas também ajudam na preservação e têm se tornado populares por darem efeito de textura.
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