postado em 03/10/2014 09:52
/ atualizado em 03/10/2014 09:59
Mariana Clarissa
Bruno Nogueira encontrou em Olinda apartamento maior e com infraestrutura melhor do que na capital
Quando o contrato de aluguel estava chegando ao fim, o professor Bruno Nogueira começou a procurar por imóveis no Recife. Já fazia três anos que ele morava em um apartamento de 65 m2 com dois quartos, na Boa Vista, e chegou a visitar algumas unidades em bairros centrais da cidade. Mas os valores assustaram. "Não encontrei nada que custasse menos que R$ 2,5 mil", afirma. Buscando uma alternativa mais em conta, Nogueira, que antes pagava R$ 1 mil pelo aluguel e R$ 500 de condomínio, encontrou a solução em Olinda. "Hoje moro em Casa Caiada, em um apartamento de 120 m2 com três quartos em um prédio em frente à praia, com salão de festas e piscina", destaca.
Assim como Nogueira, muitas pessoas em busca de imóvel para alugar com preço mais em conta procuram unidades fora da capital pernambucana. Para o presidente do Sindimóveis, Paulo Jorge dos Santos, as instalações da Fiat e da Hemobrás, no Zona Norte do estado, e o Complexo Industrial e Portuário de Suape, no Sul de Pernambuco, têm influênciado o desenvolvimento da Região Metropolitana e das cidades do interior. "Com os investimentos, cresce a demanda por imóveis e serviços, o que atrai o mercado imobiliário e o comércio", ressalta.
O presidente da Ademi-PE, André Callou, destaca que nessas cidades existe a oferta de empreendimentos modernos e mais estruturados, o que é mais raro no centro. "Mas, em compensação tem o item localização que pesa bastante para alguns e deixa o preço do aluguel mais caro. É necessário pesar os prós e contras".
No entanto, o preço não é o único ponto que deve ser avaliado por quem procura imóvel. Na opinião do presidente do Secovi-PE, Elísio da Cruz, a mudança só é aconselhável para pessoas que não precisam enfrentar longos deslocamentos. "Em linhas gerais, há sim diferença do preço do aluguel entre o Recife e as cidades vizinhas. Mas, em tempos em que a mobilidade é tratada como um grande problema urbano, esse transição não é comum porque pode provocar certos transtornos ao morador. É uma questão pontual que deve ser analisada com muita atenção", aconselha.