O aumento na taxa de juros para financimento imobiliário na Caixa Econômica Federal, implementado no dia 19 de janeiro, não deve afetar o desempenho do mercado imobiliário de Pernambuco. A avaliação é das principais entidades do setor no estado, que reconhecem a necessidade do reajuste e confiam no ritmo de desenvolvimento econômico do estado.
Para André Callou, presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE), a medida, que não afeta os financiamentos através do FGTS ou do programa Minha Casa, Minha Vida, é um cálculo que garante a competitividade do banco e que já era esperado. Ele garante que o desempenho do mercado não sofrerá interferência dessas medidas. “O preço do imóvel não vai aumentar. O que muda é o impacto no bolso do cliente em virtude do relacionamento com o banco. Cabe às empresas realizarem atividades para atrair os clientes”, explica. Ele considera como natural esse movimento da Caixa, que estava com as taxas represadas nos últimos anos. Sobre o cenário pernambucano, Callou defende que não haverá grandes alterações e que os novos polos de desenvolvimento vão ajudar a aquecer o mercado.
Para o presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis de Pernambuco (Creci-PE), Petrus Mendonça, a tendência com esse movimento das taxas é a queda do valor dos imóveis. “De acordo com os estudos de mercado, se os juros aumentam, a tendência é que o preço caia”, explicou. No entanto, José Antonio, presidente em exercício do Sindicato da Construção Civil de Pernambuco (Sinduscon - PE), garante que o reajuste da taxa de juros é uma medida residual que afeta apenas um segmento dos clientes. “O encargo maior será para quem compra imóveis acima R$ 700 mil, em que o valor da taxa é maior. Mas, no geral, o impacto do aumento é residual e não afeta a dinâmica do mercado”, explicou.
O aumento só vale para os financiamentos solicitados a partir do dia 19 de janeiro. A justificativa do banco para o reajuste foi a alta da taxa básica de juros, a Selic, que está em 11,75%. Apenas as operações contratadas pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos (SBPE) foram alteradas pelo reajuste. Já os imvóveis financiados pelo FGTS ou pelo programa Minha Casa, Minha Vida não sofreram interferência. A alteração nos números da Caixa tem efeito profundo no mercado, uma vez que ela lidera o segmento de financiamentos imobiliários e serve como referência para os demais bancos.