Na decoração, as novas tendências sugerem um mix de estilos, baseados em conceito rústico e contemporâneo com pitadas retrô e vintage. Muito espelho com elementos vazados sobre ele e laca colorida, eletrodomésticos em cores bem fortes se destacam nas mostras de decoração. Ter uma casa com estilo moderno e sofisticado nem sempre significa móveis novos e utensílios da moda. É possível levar charme ao ambiente com móveis antigos, que após uma pequena reforma transmitem ao ambiente uma identidade. Pode-se dizer que os termos “vintage” e “retrô” são sempre lembrados quando se toca no assunto.
No universo da arquitetura e do design esses estilos são bem conhecidos. Para um móvel ou objeto diverso ser vintage, ele deve ter entre 20 e 100 anos. “O móvel vintage é aquela peça da vovó que ficou esquecida, mas que com certeza tem grandes chances de dar um up na decoração. Ao se usar uma cômoda vintage em uma sala, por exemplo, cria-se um elemento surpresa e garante personalidade ao espaço, uma vez que está mesclando uma peça antiga conservada junto a elementos mais atuais”, explica a antiquarista Marília Benevides. “Neste tipo de decoração, os objetos, tanto móveis quanto peças do mobiliário, como porcelanas, cristais, luminárias, eletrodomésticos, embalagens, são originais da época, podendo ser encontrados ou garimpados em antiquários ou lojas do gênero”, complementa.
Já o retrô é o item novo que você compra na loja e que tem design antigo. Isto é, uma peça novinha, fabricada em homenagem ao estilo de outra época, repaginada e normalmente atualizada em alguns aspectos. “É um estilo que acaba sendo uma releitura das décadas anteriores. As peças retrôs são normalmente mais caras que as da atualidade, mas mais acessíveis que as peças vintage por serem produzidas pela indústria atual”, aponta Benevides. Ela ainda diz que os dois tipos são muito versáteis no momento de combinar com outros estilos, afinal “não precisam estar em um ambiente todo do mesmo gênero, e por isso podem se tornar o ponto de destaque”.
O mobiliário antigo, por sua vez, só pode ser considerado uma antiguidade após 100 anos desde a sua fabricação. De acordo com Marília Benevides, são objetos que ainda despertam interesse em muita gente, seja pela beleza que eles agregam aos ambientes, ou por sua história. “Existe muito modismo neste segmento de móveis antigos. Há quem prefere unir o antigo ao moderno para deixar o lar mais agradável. Mas também há aqueles que colecionam e que amam o estilo antigo”, comenta a antiquarista.
A aposentada Marilene Rayel Moreira, 84 anos, é apaixonada por mobiliários raros. “Nasci e me criei cercada desses móveis. Minha família gostava e eu sempre frequentava museus. Acho que foi daí que surgiu minha paixão”, relembra Marilene. Ela chegou a transformar seu apego em negócio ao abrir um antiquário. “Era uma forma de ganhar dinheiro com o que eu gosto”. Hoje, a aposentada não possui mais o negócio, porém mantém algumas de suas antiguidades guardadas e ainda conta com uns móveis antigos em sua casa. Já o engenheiro Paulo Mello, 54, ganhou de herança uma cristaleira e uma mesa, ambas fabricadas pelo seu bisavô, que era português e imigrou para o Brasil. Os mobiliários possuem mais de 100 anos e Paulo os mantêm bem preservados. “É bacana ter algo tão simbólico na sua sala”, comenta o engenheiro.