As mulheres estão cada vez mais ocupando posições importantes em diferentes setores da sociedade. Antes reduzidas a papéis de submissão, elas, nos últimos tempos, têm mais poder de decisão e conquistado as mais diferentes posições sociais. O mercado imobiliário não poderia estar fora desse fenômeno tão importante e maior a cada dia. Seja na hora de pesquisar por um imóvel, conversar com o corretor, visitar o local e fechar o negócio, para a corretora Regina Albuquerque, as mulheres são poderosas e, provavelmente, serão elas que irão decidir se a compra será fechada ou não. “Se o empreendimento falhar em algum ponto considerado importante, este perfil de cliente não pensará duas vezes antes de recusar a oferta e buscar uma que atenda suas necessidades”, afirma Regina.
Para a socióloga Cristina Melo, apesar de ser maioria da população brasileira (51,4%, segundo o IBGE), apenas nos últimos tempos as mulheres estão em espaços importantes da sociedade. “O aumento da presença feminina no mercado de trabalho e o crescimento na carreira, a mobilidade social causada pelo aumento da renda e, muitas vezes, a conquista da independência financeira ou a posição de chefe de família trazem para a mulher mais poder aquisitivo e de influência”, afirma. O reflexo disso está nelas mesmas, que podem buscar e fechar negócios de acordo com o que lhes convém. "Elas têm condições de comprar o imóvel que mais agradar, tanto considerando características relacionadas a moradia quanto ao preço e condições de pagamento. Se o conjunto não agradar, a compra não será feita", comenta Regina Albuquerque. "Considerar o maior poder aquisitivo e a grande influência exercida pela cliente é fundamental para o ramo imobiliário, já que é uma parcela de consumidores que não deve, de forma alguma, ser desprezada", acrescenta.
A enfermeira Bárbara Vieira, 32, sugeriu ao namorado que fosse morar com ela quando resolveu comprar um imóvel. “Como ele não quis, fui sozinha mesmo. Às vezes ele dorme comigo, tem até uma gavetinha de roupas”. Muitas outras solteiras estão cada vez mais de olho em ter um canto só seu. A empresária Deborah Sena, 33, ajudou o pai a pagar o seu apartamento. “Como eu não tinha condições de pagar sozinha pelo imóvel, meu pai me ajudou a realizar o sonho da casa própria. É uma sensação muito boa ter um cantinho para chamar de seu”, comenta.
Uma característica comumente associada às mulheres é a maior atenção aos detalhes. Para a corretora e gerente de equipe da imobiliária Eduardo Feitosa, Margareth Asfora, o público feminino também influenciou o mercado imobiliário. “Este perfil de cliente busca por diferenciais que tornem melhor o lugar, sendo uma boa escolha de compra. E as construtoras perceberam isso e investem cada vez mais em empreendimentos mais trabalhados”, comenta Asfora, que é do segmento há 30 anos. Ela também destaca que o público feminino tende a ser mais amadurecido que o masculino. “Percebo que as mulheres recém-casadas não costumam escolher imóveis com um quarto apenas, já que há a possibilidade de ter filhos”, completa.