Uso das cores na parede, na roupa de cama, em quadros e em objetos de decoração contribui para aumentar o bem-estar
A luz contribui para o bom humor e a vivacidade das pessoas em um ambiente. Excesso de aparelhos eletrônicos provoca poluição eletromagnética, podendo causar dor de cabeça. A planta traz vida e cor para dentro de casa. Esse tipo de preocupação e cuidado são parte do trabalho do geobiólogo Allan Lopes, fundador da Casa Saudável, especializada na concepção da habitação levando em conta a saúde dos moradores. Ele enfatiza que elementos da decoração vão além da função estética e podem influenciar no bem-estar e modo de vida das pessoas.
A primeira orientação de Allan Lopes é quanto às cores da casa. Ele recomenda nunca polarizar, ou seja, ter uma cor predominante. Tudo branco, bege ou cinza. Ele afirma que é preciso olhar para a casa como se fosse o prato ideal indicado pela nutricionista. O prato colorido não é o mais rico em nutrientes? Então, com as cores é o mesmo raciocínio. O importante é ter um tom principal e outros que quebrem. As tonalidades diferentes podem estar na parede colorida, na roupa de cama, no quadro, na porta ou num detalhe que vai fazer a diferença no espaço.
O geobiólogo enfatiza que as cores têm grande impacto sobre as pessoas e, se alguém não abrir mão da cor única, a dica é escolher o verde. Lopes pontua que como a cor remete a natureza, o ser humano está acostumado com ela. Porém, ele ressalta que a natureza não é só verde. Além das várias nuances, há flores, galhos, troncos, ou seja, variedade.
O uso correto das plantas é a segunda dica destacada por Lopes, que explica que todos devem ter dentro de casa plantas naturais, já que, além de compor a decoração, vão quebrar a cor e têm efeito psicológico, ao lembrar a natureza. Ele pontua que em um ambiente artificial há a perda da referência, sem falar que limpa o ambiente, principalmente aquele com ar-condicionado. Além de decorativo, as plantas são funcionais. As artificiais são descartadas pelo geobiólogo qye afirma que tudo artificial desencadeia crise pessoal e existencial e isso reflete na casa.
Ao escolher adornos, arranjos, mobiliário, enfim, os ornamentos da casa, Lopes reforça que o dono, o arquiteto, o decorador e o designer de interior precisam ter em mente que a decoração ideal deve destacar elementos pessoais. Não só os decorativos. Ele destaca que é fundamental ter em casa objetos que lembrem quem você é. Foto da formatura, o diploma na moldura, imagens de viagem, um quadro que pintou, a medalha ganha na corrida, enfim, lembranças particulares. Ele diz que decoração fria, de salão de móveis, não tem a ver, pois comprar só pela estética é errado. O importante é exibir sua história.
O espelho, peça que faz a diferença em qualquer espaço e valorizada por todos, é visto com cautela. O geobiólogo não aconselha tê-lo visível no quarto. O melhor lugar é na porta do armário ou no banheiro, e jamais refletindo você deitada. Ele afirma que enquanto dormimos nos tornamos mais vulneráveis e o nosso reflexo pode afetar o subconsciente, gerando inquietação.
Geobiologia
A relação dos ambientes com o bem-estar e a saúde é percebida desde a antiguidade. No século 20, esse conhecimento foi reconhecido na Europa como ciência e ganhou o nome de geobiologia ou biologia da construção. Área que se preocupa em olhar a casa como fonte de saúde e não de doenças. Enxerga a habitação como uma terceira pele, das cinco que temos. A primeira pele é a orgânica, que cobre o corpo; a segunda são as vestimentas; a terceira é a casa; a quarta, a cidade, vila, lugarejo; e a quinta e mais abrangente a Terra, casa em que todos habitam. Essas cinco peles devem trabalhar em conjunto e são partes de um único organismo.
Distribuição das cores
» Quartos - tons pastel, azul e verde são ideais porque relaxam » Cozinha - vermelho e laranja estimulam o apetite e a ação dos sucos gástricos » Escritório e ambientes de estudo - amarelo é o mais indicado porque ativa a atividade mental » Todos os cômodos - o branco é sinônimo de equilíbrio e se adapta ao que o ambiente necessita
Iluminação
Lâmpadas de espectro amarelo são as mais indicadas porque se assemelham à luz do Sol, além de estimular a criatividade e a produtividade. No quarto, a presença de muita luz pode diminuir a capacidade de produção de melatonina, hormônio fundamental para a regulação das glândulas do organismo, do sistema imunológico. Se tiver muita luz da rua entrando no quarto, o especialista indica o uso de uma persiana ou cortina do tipo blackout na janela, para deixar o local mais escuro.