Construtoras buscam oferecer diversão e descanso mais seguro
Estresse e tristeza são sentimentos que volta e meia aparecem em nossas vidas e, para reduzir esses problemas, algumas pessoas escolhem viver em um lugar mais verde e isolado da conturbação social. Se antes as pessoas trocavam o campo pela cidade à procura de uma vida melhor, hoje estão fazendo o caminho inverso.
Em Pernambuco, há um público que começou a trocar a capital por locais mais afastados, mesmo na Região Metropolitana do Recife . Lugares como Paiva (Cabo) e Aldeia (Camaragibe) estão atraindo mais famílias. Segundo Letícia Scorsi, doutora em psicologia, esses lugares são procurados devido ao potencial de qualidade de vida. “Essas pessoas querem chegar em casa e contemplar uma bela paisagem. O ambiente é totalmente diferente de um centro urbano. O ar é mais puro e o sentimento de leveza predomina”, explica.
O servidor público Lenildo Leônidas, 52, está morando em Aldeia há três meses e garante que não se arrepende de ter saído do Recife. “Só o fato de dormir e acordar sem ouvir barulho de buzina de carro vale a pena. Sem falar do clima de montanha que o lugar oferece. Aqui me sinto mais calmo e tranquilo”, comenta. Lenildo trabalha em Camaragibe e diz que, mesmo se trabalhasse na capital, iria viver onde mora. “O trânsito é estressante, mas, quando você chega em casa, relaxa bastante. Hoje, vejo muito mais verde no caminho”, acrescenta.
Pensando nesse público, o grupo Alphaville Urbanismo investe em áreas relativamente distantes dos grandes centros com empreendimentos que contemplam lazer e qualidade de vida. Em Jaboatão, a construtora aposta no Alphaville 1 e no Alphaville 2. “Não é vender apenas um lote, mas toda uma ideia de viver em comunidade, próximo da natureza. Sem precisar de uma vida tão acelerada nas grandes cidades”, comenta o gerente comercial, André Nasi. Ele também diz que a marca não constrói em centros urbanos devido à filosofia da empresa. “Escolhemos áreas não tão distantes das urbanizadas, porque o morador pode viver próximo a serviços de conveniência, hospital, entre outras necessidades”.
Para Scorsi, esse tipo de mudança exige uma grande adaptação, já que é um estilo de moradia totalmente diferente. “Antes de tudo, é necessário pensar bem para fazer uma escolha coerente de acordo com o seu tipo de vida. O morador precisa ter em mente que precisará enfrentar outros estresses, como os da mobilidade. Por mais que se mude para uma região mais calma, ainda é possível ter muita dor de cabeça com o trânsito”, diz.
Até porque, a ideia de morar mais próximo do campo, aparentemente, é muito atrativa, mas tem os seus poréns, como morar longe dos principais hospitais do estado e do restante da família. “Há alguns aspectos que põem em xeque toda a qualidade de vida. O lado bom é que, na volta para casa, o morador poderá relaxar”, acrescenta.
A doutora lembra que há um público resistente a mudança e o forte bairrismo. “Sair do seu lugar é sempre difícil e muitas pessoas evitam o desconhecido. Além disso, geralmente são apegadas ao Recife pela sua história. O bairrismo é bonito, mas se torna negativo quando o morador permanece na cidade mesmo estando insatisfeito com o lugar”.
A empresa é responsável pela fiscalização das normas construtivas e de ocupação repassadas para os moradores, mas ainda não oferece fiação embutida.